A automação está em toda parte – nossas casas, móveis, escritórios, carros e até mesmo em nossas roupas; ficamos tão acostumados a estar cercados por sistemas automatizados que esquecemos de como era a vida sem eles. E embora a automação tenha melhorado visivelmente a qualidade dos espaços internos, com soluções como purificadores e controle de temperatura, nada se compara à brisa fresca natural da mãe natureza.
Mas, assim como tudo na arquitetura, não existe uma fórmula única para todos; o que funciona na Tanzânia, pode não funcionar na Suíça ou na Colômbia. Isso se deve a vários motivos, como a diferença na direção do vento, temperatura média, necessidades espaciais e restrições ambientais (ou a falta delas). Neste artigo, analisaremos a ventilação natural em todas as suas formas e como os arquitetos empregaram essa solução passiva em diferentes contextos.
O que é a ventilação e por que é importante?
O movimento do ar é criado pela subida do ar quente e pela diminuição do ar frio. Conforme o ar acima da terra fica mais quente, ele sobe e cria uma área de baixa pressão. Ao continuar a subir, o ar esfria e se move em direção às superfícies da água, onde cai e configura uma área de alta pressão, empurrando o ar frio para à terra. Esse movimento é responsável pela criação do vento.
Na arquitetura, a ventilação traz o ar externo e o distribui no espaço. A ventilação é mais conhecida em três tipos diferentes: mecânica, natural e de modo misto. Gerenciar a troca de ar e circulação com o exterior é crucial para uma atmosfera confortável, quer isso seja feito por meios mecânicos ou naturais, já que as correntes de ar estáveis liberam umidade e fornecem um fluxo de ar filtrado, sendo saudável para a respiração. Um sistema de conformidade bem-sucedido deve estar alinhado ao contexto do projeto, que inclui a localização geográfica, a materialidade, o projeto em sua totalidade, além dos hábitos dos usuários que ocupam o espaço.
Recentemente, as pessoas se tornaram muito mais conscientes do ponto de vista ambiental, optando por soluções mais passivas para reduzir o consumo de energia e a pegada de carbono. Essa consciência colocou de lado os sistemas de climatização automatizados e os substituiu pela ventilação, um recurso natural, gratuito, renovável e saudável, que é suficientemente capaz de melhorar a qualidade do ar dos espaços. No livro de Daniel A. Barber, Modern Architecture and Climate: Design before Air Conditioning, o autor explora como os principais arquitetos do século XX incorporaram estratégias de mediação do clima em seus projetos e como as abordagens regionais para adaptabilidade climática foram essenciais para o desenvolvimento da arquitetura moderna.
Fonte: Archdaily